Bem-estar de pets não convencionais
Cada vez mais o perfil dos tutores que possuem apenas cães e gatos vêm sendo alterado, com uma presença maior de aves domésticas e peixes, por exemplo, nas residências brasileiras. Os pets não-convencionais de companhia são aqueles animais que são mantidos como parte das famílias, contudo, em menor frequência quando comparados aos cães e gatos. Existe uma diversidade imensa de espécies que se encaixam nesse perfil, tais como:
![](https://bemestaranimal.com.br/wp-content/uploads/2023/02/rabbit-pnc-2-1024x634.jpg)
![](https://bemestaranimal.com.br/wp-content/uploads/2023/02/pnc-11-1024x684.png)
- lagomorfos, como o coelho-doméstico;
- pequenos roedores, tais como os porquinhos-da-índia (PDI), rato twister, camundongo, hamster, chinchila;
- pequenos carnívoros, como ferrets ou furões; hedgehogs,
- outros mamíferos, tais como o sugar glider e mini-porcos;
- aves domésticas, que incluem as calopsitas, periquitos-australianos, canários-belga, galinhas, dentre outras;
- répteis, como os jabutis, os cágados tigre-d ’água, as jiboias, etc;
- anfíbios, como a rã-touro;
- peixes, como o betta, kinguio, carpas, dentre outros;
- invertebrados, como a aranha-caranguejeira, baratas-de-Madagascar, e etc.
![](https://bemestaranimal.com.br/wp-content/uploads/2023/02/pnc-10-1024x683.png)
![](https://bemestaranimal.com.br/wp-content/uploads/2023/02/pnc-9-1024x678.png)
Importante ressaltar que a permissão por espécies silvestres (animais que ocorrem naturalmente no Brasil) e/ou exóticas (animais que não ocorrem naturalmente no Brasil) como pets depende de aportes legais, tanto federais, como a Portaria nº 93/1998 e a Instrução Normativa nº 03/2011 do IBAMA, assim como pelas características e permissões específicas de cada estado.
Por essa extensa possibilidade de espécies, a atenção ao bem-estar respeitando as características espécie-específicas e individuais de cada animal mantido como pet, se torna um grande desafio para os responsáveis e profissionais que cuidam da saúde desses animais.
Como para as demais espécies animais domésticas e silvestres, alguns pontos de atenção devem ser observados para que um elevado grau de bem-estar seja preservado, principalmente com base em quatro fatores:
![](https://bemestaranimal.com.br/wp-content/uploads/2023/02/pnc-7-1024x564.png)
- Aspectos nutricionais, como a dieta adequada e balanceada, variação dos itens alimentares, dentre outros;
- Aspectos ambientais e de conforto, que incluem locais com temperatura e substratos adequados, espaço amplo para movimentação, oportunidade de escolhas, dentre outros;
- Aspectos de saúde, como ausência de doença e/ou lesão, escore de condição corporal adequado, atendimento médico veterinário em rotina adequada, medidas preventivas em saúde, dentre outros;
- Aspectos comportamentais, que incluem a possibilidade de exibir comportamentos típicos da espécie (explorar, brincar, etc.), interagir socialmente de forma afiliativa, condicionamento para comportamentos de facilitação do manejo, dentre outros.
![](https://bemestaranimal.com.br/wp-content/uploads/2023/03/nao-conv2a.jpg)
![](https://bemestaranimal.com.br/wp-content/uploads/2023/02/pnc-5-1024x654.png)
Além dos aspectos acima, um componente de extrema importância é o uso de estratégias para prevenir questões comportamentais e garantir o aumento da exibição de comportamentos típicos, como através do uso de intervenções com enriquecimentos ambientais. Essa prática permite que os animais mantidos sob cuidados humanos possam aumentar o repertório comportamental frente a estímulos diferentes daqueles comumente apresentados e que tenham alguma relevância para os animais. Assim, muitos comportamentos indicativos de disfunção, tais como o arrancamento de penas, agressividade excessiva, comportamentos repetitivos, de automutilação, dentre outros, podem ser prevenidos ou melhorados.
Para o uso dessa ferramenta, muitos exemplos podem ser seguidos a partir do que já é realizado para animais de laboratório, animais de zoológico e animais silvestres destinados para soltura.
Assim como para outros animais, o cuidado com a implementação das estratégias de enriquecimento deve ser de extrema cautela, seja a partir da forma social, cognitiva/ocupacional, alimentar, estrutural ou sensorial, já que grande parte desses animais possuem um porte muito pequeno, sendo susceptíveis a riscos por queda, ingestão de itens inapropriados, dentre outros.
![](https://bemestaranimal.com.br/wp-content/uploads/2023/03/nao-conv1.jpg)
Dessa forma, além de propiciar um ambiente adequado para os animais mantidos sob responsabilidade humana, as práticas que visam preservar os aspectos de implementação ao bem-estar garantem uma vida de qualidade e, consequentemente, uma melhor relação entre tutores e animais.
COMPARTILHE
Lucas Belchior Souza de Oliveira
Médico-veterinário formado pela PUC/MG. Mestre em Biologia de Vertebrados (Conservação e Comportamento) pela PUC/MG. Doutorando em Ciência Animal pela UFMG. Pós-graduado em Clínica Médica e Cirúrgica de Pets Exóticos e Animais Silvestres (Qualittas). Pós-graduando em Neurociência (FAVENI) e MBA (em andamento) em Gestão de Saúde (BBI/Chicago). Possui formação técnica em Meio Ambiente (CECON), em Comportamento e Bem-estar Animal (Universidade de Melbourne/Austrália) e Certificação Fear Free. Docente no curso de graduação em Medicina Veterinária na UniBH e no Centro Universitário UNA, como analista Ambiental na Clam Meio Ambiente, na coordenação de projetos do meio biótico e como Assistente técnico designado pelo Ministério Público de Minas Gerais nas perícias em maus-tratos contra animais. Atua como médico-veterinário volante no atendimento comportamental, medicina de animais silvestres, medicina veterinária de desastres pelo GRAD, resgate de fauna e no atendimento clínico intensivista.
Bem-estar de pets não convencionais
Cada vez mais o perfil dos tutores que possuem apenas cães e gatos vêm sendo alterado, com uma presença maior de aves domésticas e peixes, por exemplo, nas residências brasileiras. Os pets não-convencionais de companhia são aqueles animais que são mantidos como parte das famílias, contudo, em menor frequência quando comparados aos cães e gatos. Existe uma diversidade imensa de espécies que se encaixam nesse perfil, tais como:
![](https://bemestaranimal.com.br/wp-content/uploads/2023/02/rabbit-pnc-2-1024x634.jpg)
![](https://bemestaranimal.com.br/wp-content/uploads/2023/02/pnc-11-1024x684.png)
- lagomorfos, como o coelho-doméstico;
- pequenos roedores, tais como os porquinhos-da-índia (PDI), rato twister, camundongo, hamster, chinchila;
- pequenos carnívoros, como ferrets ou furões; hedgehogs,
- outros mamíferos, tais como o sugar glider e mini-porcos;
- aves domésticas, que incluem as calopsitas, periquitos-australianos, canários-belga, galinhas, dentre outras;
- répteis, como os jabutis, os cágados tigre-d ’água, as jiboias, etc;
- anfíbios, como a rã-touro;
- peixes, como o betta, kinguio, carpas, dentre outros;
- invertebrados, como a aranha-caranguejeira, baratas-de-Madagascar, e etc.
![](https://bemestaranimal.com.br/wp-content/uploads/2023/02/pnc-10-1024x683.png)
Importante ressaltar que a permissão por espécies silvestres (animais que ocorrem naturalmente no Brasil) e/ou exóticas (animais que não ocorrem naturalmente no Brasil) como pets depende de aportes legais, tanto federais, como a Portaria nº 93/1998 e a Instrução Normativa nº 03/2011 do IBAMA, assim como pelas características e permissões específicas de cada estado.
![](https://bemestaranimal.com.br/wp-content/uploads/2023/02/pnc-9-1024x678.png)
Por essa extensa possibilidade de espécies, a atenção ao bem-estar respeitando as características espécie-específicas e individuais de cada animal mantido como pet, se torna um grande desafio para os responsáveis e profissionais que cuidam da saúde desses animais.
![](https://bemestaranimal.com.br/wp-content/uploads/2023/02/pnc-7-1024x564.png)
Como para as demais espécies animais domésticas e silvestres, alguns pontos de atenção devem ser observados para que um elevado grau de bem-estar seja preservado, principalmente com base em quatro fatores:
- Aspectos nutricionais, como a dieta adequada e balanceada, variação dos itens alimentares, dentre outros;
- Aspectos ambientais e de conforto, que incluem locais com temperatura e substratos adequados, espaço amplo para movimentação, oportunidade de escolhas, dentre outros;
- Aspectos de saúde, como ausência de doença e/ou lesão, escore de condição corporal adequado, atendimento médico veterinário em rotina adequada, medidas preventivas em saúde, dentre outros;
- Aspectos comportamentais, que incluem a possibilidade de exibir comportamentos típicos da espécie (explorar, brincar, etc.), interagir socialmente de forma afiliativa, condicionamento para comportamentos de facilitação do manejo, dentre outros.
![](https://bemestaranimal.com.br/wp-content/uploads/2023/03/nao-conv2a.jpg)
Além dos aspectos acima, um componente de extrema importância é o uso de estratégias para prevenir questões comportamentais e garantir o aumento da exibição de comportamentos típicos, como através do uso de intervenções com enriquecimentos ambientais. Essa prática permite que os animais mantidos sob cuidados humanos possam aumentar o repertório comportamental frente a estímulos diferentes daqueles comumente apresentados e que tenham alguma relevância para os animais. Assim, muitos comportamentos indicativos de disfunção, tais como o arrancamento de penas, agressividade excessiva, comportamentos repetitivos, de automutilação, dentre outros, podem ser prevenidos ou melhorados.
![](https://bemestaranimal.com.br/wp-content/uploads/2023/02/pnc-5-1024x654.png)
Para o uso dessa ferramenta, muitos exemplos podem ser seguidos a partir do que já é realizado para animais de laboratório, animais de zoológico e animais silvestres destinados para soltura.
Assim como para outros animais, o cuidado com a implementação das estratégias de enriquecimento deve ser de extrema cautela, seja a partir da forma social, cognitiva/ocupacional, alimentar, estrutural ou sensorial, já que grande parte desses animais possuem um porte muito pequeno, sendo susceptíveis a riscos por queda, ingestão de itens inapropriados, dentre outros.
![](https://bemestaranimal.com.br/wp-content/uploads/2023/03/nao-conv1.jpg)
Dessa forma, além de propiciar um ambiente adequado para os animais mantidos sob responsabilidade humana, as práticas que visam preservar os aspectos de implementação ao bem-estar garantem uma vida de qualidade e, consequentemente, uma melhor relação entre tutores e animais.
COMPARTILHE
Lucas Belchior Souza de Oliveira
Médico-veterinário formado pela PUC/MG. Mestre em Biologia de Vertebrados (Conservação e Comportamento) pela PUC/MG. Doutorando em Ciência Animal pela UFMG. Pós-graduado em Clínica Médica e Cirúrgica de Pets Exóticos e Animais Silvestres (Qualittas). Pós-graduando em Neurociência (FAVENI) e MBA (em andamento) em Gestão de Saúde (BBI/Chicago). Possui formação técnica em Meio Ambiente (CECON), em Comportamento e Bem-estar Animal (Universidade de Melbourne/Austrália) e Certificação Fear Free. Docente no curso de graduação em Medicina Veterinária na UniBH e no Centro Universitário UNA, como analista Ambiental na Clam Meio Ambiente, na coordenação de projetos do meio biótico e como Assistente técnico designado pelo Ministério Público de Minas Gerais nas perícias em maus-tratos contra animais. Atua como médico-veterinário volante no atendimento comportamental, medicina de animais silvestres, medicina veterinária de desastres pelo GRAD, resgate de fauna e no atendimento clínico intensivista.