Bem-estar animal

UMA CIÊNCIA EM EVOLUÇÃO

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Bem-Estar de Aves de Produção

A produção de aves é uma das áreas que mais cresce no Brasil com uma produção de aproximadamente 13 milhões de toneladas de carne de frango por ano (ABPA, 2020). Segundo o IBGE no terceiro trimestre de 2020, foram abatidos mais de 1,5 bilhão de frangos. Diante desse cenário é fundamental que haja preocupação com o bem-estar das aves e com a melhoria e atualização dos sistemas de produção. 

O ciclo de produção das aves possui fases que exigem cuidados específicos em cada etapa. Inicialmente as aves matrizes que irão realizar a postura dos ovos, que darão origem aos pintinhos de corte, precisam crescer e se desenvolver até começarem a botar. A fase de desenvolvimento dessas aves é chamada de recria e inicia-se com um dia de vida, ainda pintainhas, até o início da postura.

Ao iniciar a postura dos ovos, as fêmeas irão se juntar aos machos e entrarão em outra fase chamada de produção. Nesta fase, os machos e as fêmeas se acasalarão e gerarão ovos férteis que serão enviados ao incubatório.

Nestas duas fases existem diversas oportunidades de estudos e melhorias no ambiente em que os animais vivem e o uso de enriquecimento ambiental (EA) pode trazer diversos benefícios. Segundo especialistas, o ambiente estéril com poucos desafios, a densidade de alojamento que os animais são mantidos, a restrição alimentar, os programas de fornecimento de luz e a genética de crescimento rápido das aves, devem ser estudados e considerados para atualização e desenvolvimento de futuros sistemas de produção.

Alguns trabalhos mostraram que o uso de EA na fase de produção pode melhorar a produção de ovos, aumentar a fertilidade e reduzir problemas como a incidência de ovos de cama.

Existe muita confusão, entre essa fase nas aves de corte e a produção de ovos para o consumo. Na avicultura de corte, as aves matrizes realizam a postura e os ovos férteis vão para o incubatório para dar origem aos pintinhos de corte que serão transportados para as granjas. Na avicultura de postura, as galinhas realizam a postura dos ovos que em seguida irão para um entreposto de ovos que serão selecionados e comercializados diretamente para o consumo.

No incubatório, os ovos das matrizes serão selecionados e em seguida irão para as máquinas de incubação. Nestas máquinas os ovos férteis, fruto do acasalamento que ocorreu na fase de produção, terão um ambiente com condições ideais para o desenvolvimento do embrião em seu interior. Após o desenvolvimento do embrião, 18 a 19 dias, os ovos serão vacinados e transferidos para os nascedouros, a máquina onde os animais irão nascer.

Ao nascer os pintinhos são retirados destas instalações, vacinados, selecionados e em seguida serão acomodados em bandejas e preparados para o transporte, para as granjas. Toda etapa no incubatório exige muito cuidado e atenção. Treinamento das equipes e ajustes nos equipamentos é fundamental para melhoria do bem-estar dos animais. Após o transporte, os animais serão alojados nas granjas até atingirem o peso de abate.

O uso do EA desde o alojamento dos pintinhos até a sua retirada e transporte para o abate, além de trazer melhorias no bem-estar das aves, trazem benefícios financeiros para os produtores.

Algumas empresas exigem o uso de EA durante a produção de aves criadas para atender seu mercado específico. Multinacionais, como McDonald´s e KFC, exigem que as aves tenham poleiros, fardos de feno ou maravalhas e/ou objetos para as aves bicarem durante toda criação.

As pesquisas mostram que o uso de alguns tipos de enriquecimentos no aviário aumentam a expressão de comportamento positivos, reduzem o medo das aves no ambiente, melhoram a condição e qualidade dos pés e das pernas e consequentemente melhoram o aproveitamento das aves no frigorífico devido a melhoria na qualidade da carcaça e da carne.

Diante disso, é possível observar que o enriquecimento ambiental é uma ferramenta que pode revolucionar tanto a vida dos animais quanto a forma de criação. As pesquisas e o uso na prática destes elementos mostram melhoria nas condições de vida dos animais e estão alinhados diretamente com a melhoria da forma de produzir alimento. Apesar dos desafios inerentes relacionados as mudanças e ao manejo, o uso do enriquecimento ambiental é uma prática que veio para ficar.

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Victor Abreu de Lima

Zootecnista, especialista em Gestão de Projetos Inovadores pela Universidade de São Paulo. Mestre em Zootecnia pela FCAV/UNESP e Doutorando em Engenharia Agrícola no NEAMBE/UFC. Atua como consultor de bem-estar animal junto às cadeias produtivas da avicultura e suinocultura há mais de dez anos. Sócio da empresa BEA Consultoria e Treinamento na Produção Animal.

Bem-Estar de Aves de Produção

A produção de aves é uma das áreas que mais cresce no Brasil com uma produção de aproximadamente 13 milhões de toneladas de carne de frango por ano (ABPA, 2020). Segundo o IBGE no terceiro trimestre de 2020, foram abatidos mais de 1,5 bilhão de frangos. Diante desse cenário é fundamental que haja preocupação com o bem-estar das aves e com a melhoria e atualização dos sistemas de produção. 

O ciclo de produção das aves possui fases que exigem cuidados específicos em cada etapa. Inicialmente as aves matrizes que irão realizar a postura dos ovos, que darão origem aos pintinhos de corte, precisam crescer e se desenvolver até começarem a botar. A fase de desenvolvimento dessas aves é chamada de recria e inicia-se com um dia de vida, ainda pintainhas, até o início da postura.

Ao iniciar a postura dos ovos, as fêmeas irão se juntar aos machos e entrarão em outra fase chamada de produção. Nesta fase, os machos e as fêmeas se acasalarão e gerarão ovos férteis que serão enviados ao incubatório.

Nestas duas fases existem diversas oportunidades de estudos e melhorias no ambiente em que os animais vivem e o uso de enriquecimento ambiental (EA) pode trazer diversos benefícios. Segundo especialistas, o ambiente estéril com poucos desafios, a densidade de alojamento que os animais são mantidos, a restrição alimentar, os programas de fornecimento de luz e a genética de crescimento rápido das aves, devem ser estudados e considerados para atualização e desenvolvimento de futuros sistemas de produção.

Alguns trabalhos mostraram que o uso de EA na fase de produção pode melhorar a produção de ovos, aumentar a fertilidade e reduzir problemas como a incidência de ovos de cama.

Existe muita confusão, entre essa fase nas aves de corte e a produção de ovos para o consumo. Na avicultura de corte, as aves matrizes realizam a postura e os ovos férteis vão para o incubatório para dar origem aos pintinhos de corte que serão transportados para as granjas. Na avicultura de postura, as galinhas realizam a postura dos ovos que em seguida irão para um entreposto de ovos que serão selecionados e comercializados diretamente para o consumo.

No incubatório, os ovos das matrizes serão selecionados e em seguida irão para as máquinas de incubação. Nestas máquinas os ovos férteis, fruto do acasalamento que ocorreu na fase de produção, terão um ambiente com condições ideais para o desenvolvimento do embrião em seu interior. Após o desenvolvimento do embrião, 18 a 19 dias, os ovos serão vacinados e transferidos para os nascedouros, a máquina onde os animais irão nascer.

Ao nascer os pintinhos são retirados destas instalações, vacinados, selecionados e em seguida serão acomodados em bandejas e preparados para o transporte, para as granjas. Toda etapa no incubatório exige muito cuidado e atenção. Treinamento das equipes e ajustes nos equipamentos é fundamental para melhoria do bem-estar dos animais. Após o transporte, os animais serão alojados nas granjas até atingirem o peso de abate.

O uso do EA desde o alojamento dos pintinhos até a sua retirada e transporte para o abate, além de trazer melhorias no bem-estar das aves, trazem benefícios financeiros para os produtores.

Algumas empresas exigem o uso de EA durante a produção de aves criadas para atender seu mercado específico. Multinacionais, como McDonald´s e KFC, exigem que as aves tenham poleiros, fardos de feno ou maravalhas e/ou objetos para as aves bicarem durante toda criação.

As pesquisas mostram que o uso de alguns tipos de enriquecimentos no aviário aumentam a expressão de comportamento positivos, reduzem o medo das aves no ambiente, melhoram a condição e qualidade dos pés e das pernas e consequentemente melhoram o aproveitamento das aves no frigorífico devido a melhoria na qualidade da carcaça e da carne.

Diante disso, é possível observar que o enriquecimento ambiental é uma ferramenta que pode revolucionar tanto a vida dos animais quanto a forma de criação. As pesquisas e o uso na prática destes elementos mostram melhoria nas condições de vida dos animais e estão alinhados diretamente com a melhoria da forma de produzir alimento. Apesar dos desafios inerentes relacionados as mudanças e ao manejo, o uso do enriquecimento ambiental é uma prática que veio para ficar.

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Victor Abreu de Lima

Zootecnista, especialista em Gestão de Projetos Inovadores pela Universidade de São Paulo. Mestre em Zootecnia pela FCAV/UNESP e Doutorando em Engenharia Agrícola no NEAMBE/UFC. Atua como consultor de bem-estar animal junto às cadeias produtivas da avicultura e suinocultura há mais de dez anos. Sócio da empresa BEA Consultoria e Treinamento na Produção Animal.